quinta-feira, 24 de maio de 2012

Reverência: um sinal da presença de Deus


Hoje temos um texto que enriquece esse espaço, doado com muito carinho pelo Vinicius Freire (Igreja Metodista em Campo Belo), vai abençoá-los, como nos abençoou!






Lembro-me bem do dia em que entrei na catedral anglicana de São Paulo, em Londres. Os vitrais filtravam a luz de forma especial, dando ao ambiente um ar misterioso, amplificado pela música suave, ao fundo. Imediatamente minha atitude mudou, passando a ser mais reverente: sentei-me num banco, passei a falar em voz baixa e meu pensamento se voltou para Deus. Afinal, tudo ali apontava para a presença do Sagrado. 
Em escala mais simples, era assim que eu me sentia ao entrar no templo da igreja onde fui criado, no Rio de Janeiro. Minha atitude mudava, pois eu sabia ser aquele um lugar dedicado a Deus - só cabia ali oração, louvor e a pregação da Palavra.

O filósofo Paul Woodruff, a quem devo muito desta reflexão, ensinou que reverência é a atitude própria de quem se coloca de forma humilde ante algo muito maior. É a virtude que impede as pessoas de quererem agir como deuses, esquecendo que são somente humanas.

Reverência tem a ver com ficar maravilhado ante alguma coisa que torna a pessoa pequena, que a faz perceber a extensão das suas limitações. O profeta Isaías, quando se viu diante de Deus, ficou aterrorizado e disse (capítulo 6, versículo 5): “... Aí de mim! Estou perdido! Porque sou homem de lábios impuros, habito no meio de um povo de impuros lábios, e os meus olhos viram o Rei...”     

Há algumas poucas coisas que poderiam preencher esse critério, por serem dignas de reverência. O nascimento, a morte e a natureza são três dentre elas. Mas como todas estão subordinadas a Deus, quem tudo criou e a tudo sustenta, a reverência somente é devida a Ele.

Vivemos hoje numa cultura que reverencia outras coisas, como fama, dinheiro e poder. Por isso mesmo as pessoas não têm mais um comportamento reverente ao entrar nos templos cristãos – conversam, contam piadas, etc. As maravilhosas catedrais da Europa viraram centros de turismo, com hordas de pessoas andando para todos os lados, tirando fotos. 

Reverência verdadeira requer prestar atenção nos detalhes e isso requer tempo. E tempo é o que as pessoas parecem não ter. Andam com tanta pressa que o entorno é como um cenário pelo qual passam rapidamente, a caminho de outro lugar. Prestam realmente atenção é no relógio, no celular, na lista de providências a serem tomadas, enfim nas coisas que alimentam a ilusão de que a vida é controlável. 
A liturgia dos serviços religiosos tem como objetivo justamente quebrar o ritmo normal de vida e apontar para os detalhes. Essas cerimônias costumar ter um ritmo próprio, pausado, e os detalhes são muito importantes: a decoração, a música ambiente, a ordem na qual as coisas são ditas, a entonação das palavras, etc. 
E isso deveria ser preservado, mas não é o que ocorre na prática pois, infelizmente, sob a desculpa da "modernidade", as coisas têm se adaptado à "falta de tempo" das pessoas: as cerimônias ficaram mais curtas, mais despojadas, mais diretas enfim. Mas também, muito menos reverentes.
Agora, quando a vida sai do seu curso normal – um acidente, uma morte inesperada, etc – e as pessoas perdem a ilusão de ter controle, ficando confusas, elas voltam a ser reverentes. Pedem a Deus livramento, choram na Sua presença e prometem mudar, para mais adiante, tudo voltar a ser o que era.

Muitas pessoas me perguntam como devem fazer para avaliar se sua própria vida espiritual está indo bem. Uma resposta adequada e simples seria: você anda reverentemente frente a Deus?



Participação Especial: Vinicius Freire

quarta-feira, 23 de maio de 2012

No princípio era o verbo...


Rapidez e efemeridade são palavras-chave do mundo contemporâneo. O tempo é cada vez mais escasso e as relações tornaram-se superficiais. No mundo do fast, algo se perdeu e é esta perda que me incomoda, e a partir disso nasceu a obra “No princípio era o verbo”. A loucura atual fez com que o homem perdesse algo essencial: a ligação com o eterno e o divino.
É essa necessidade que gostaria de resgatar através da arte.
Sugerindo um clima de catedral, dois grupos de painéis de seda são colocados pendendo do teto. Lembrando vitrais, eles formam várias ogivas, cada uma com uma palavra das frases “E se fez...” e “No princípio era o verbo”.
As janelas da Ogiva são os olhos da igreja por onde a luz ilumina e traz revelações, luz que penetra na igreja de fora para dentro, revelando o interior e a luz que emana de dentro para fora, com seus tons dourados, lembranças dos céus.


A simbologia do templo é apenas uma proposta. O contato com o eterno é fundamental nas relações humanas, e ele deve ser coerente e verdadeiro.
Tudo o que se cria é por um verbo. O princípio de todas as coisas já estava ali, inclusive da arte. A experiência religiosa da obra se dá na união do ver e do ler: imagem e palavra formam a proposta simbólica da instalação. Não é preciso ser erudito para instigar-se e envolver-se com a arte. A sensibilidade e a percepção está em todos.
Sentir é ver e ver é ler. Um verbo depende do outro e cada pessoa sente de maneira diferente, dependendo da relação de cada uma com o mundo e com Deus.

sábado, 19 de maio de 2012

Tributai ao Senhor... Sl 96:7

                                                                                                         
Vamos falar mais um pouco sobre o quadro do trigal, que apresenta uma grande extensão territorial ambigua, ora com trigos dourados e iluminados , ora com os joios nas sombras...Muitas são as lições que podemos tirar dessa pintura; mas hoje é tempo de tributo,  tributar  ao Senhor como  o trigo  amarelo ouro que se torna translúcido em direção  ao Monte, ao Altar do Senhor, a morada do Altíssimo !
Tributar com ofertas vivas;  trigos  agradáveis, fecundos, capazes  de gerar grande colheita de almas para  Yahweh..Macadeshcem  (O Senhor que nos santifica ) e que Pentecostes "seja" !

quinta-feira, 17 de maio de 2012

Início...


Faz algum tempo que estou ensaiando montar esse blog, com o intuito de abrir um espaço de diálogo com os irmãos interessados em estudar um pouco mais da simbologia cristã e sua importância em nossa vida.
O nosso encontro com o sagrado  se dá através da nossa opção de conhecer Jesus Cristo  através da  palavra, e da intimidade que transcende  a partir do altar e seus elementos simbólicos.
Me formei em pedagogia, e mais tarde em artes plásticas, trabalhando sempre com arte-educação, exposições e na área têxtil com estamparia.
O chamado ao sagrado teve início durante a faculdade de Belas Artes e decidi fazer da minha arte um tributo, uma adoração ao Senhor.
Passei a estudar o livro de Isaías, e o primeiro texto que me inspirou, as letras pularam, rs...foi o do capítulo 6... “A comissão de Isaías” e testificou com a Música Templo, do Pr. Sóstenes Mendes. Ouvi através do Ministério Toque de Poder, e fui muito tocada, passei a estudar e a desenvolver um projeto de pintura para esse texto!

A foto de fundo do blog, é um quadro fruto dos meus estudos em Isaías...


Nesse compartilhar, fui convidada para colocar em prática o que Deus estava ministrando ao meu coração, nos altares dos primeiros Seminários Toque de Poder.

A minha escola prática começa aí...

A partir deste, virão outros posts...